quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Enem: passaporte para boas oportunidades




O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi a primeira iniciativa ampla de avaliação do sistema de ensino implantado no Brasil. Criado em 1998 e sendo usado, inicialmente, para avaliar a qualidade da educação nacional, a prova era aplicada aos alunos do ensino médio em todo o país para auxiliar o ministério na elaboração de políticas pontuais e estruturais de melhoria do ensino brasileiro através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do Ensino Médio e Fundamental.

            Em 2009, um novo modelo de prova para o Enem foi lançado, com 180 questões objetivas e uma questão de redação, e com ele, a proposta de unificar o vestibular das universidades federais brasileiras.   Desde que teve seu formato modificado, o Enem resulta em polêmicas diferentes a cada ano. Seja na forma de correção de redações, seja no vazamento das questões. Contudo, os ajustes nas correções e o aumento da segurança em torno do concurso, revelam a tendência de que, no futuro, ele irá substituir totalmente os vestibulares da maioria das instituições de ensino.



Polêmicas a parte, é necessário que os todos tenham consciência da importância do Enem na vida acadêmica, pois a nota do Exame é válida como pontuação para a seleção do ProUni, do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Quem não faz o Enem está fora das oportunidades oferecidas pelo Ministério da Educação, como o FIES (Fundo de Financiamento do Estudante);  Programa Ciências Sem Fronteiras, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e  Programa Universidade para Todos (Prouni). Uma boa nota em redação pode garantir ainda o ingresso nas Academias Militares.

Por objetivar avaliar competências e não informações, o exame não é dividido em matérias. O fato é que o Enem exige compreensão dos enunciados e cobra mais domínio sobre o conteúdo do Ensino Médio. O  Enem surgiu como forma de valorizar a lógica e a capacidade de interpretação do aluno, estimulando o raciocínio e as ideias.
Sem dúvidas, a redação é a parte primordial na avaliação do Enem. Ela ajuda muito na soma final da nota. Para chegar a este valor, somam-se as porcentagens obtidas na prova e na avaliação e divide-se por dois. A redação é ainda mais importante para quem vai tentar uma bolsa de estudos com a nota do Enem. Enquanto a maioria das universidades utiliza apenas a parte objetiva da prova, o ProUni (Programa Universidade para Todos), do Governo Federal usa a média final. Por tanto, neste caso a redação corresponde a 50% da nota.

Nos últimos anos, a redação vem trazendo temas bem amplos, o que garante que ninguém fique sem escrever por não conhecer o assunto abordado.
            Partindo do princípio - e neste caso generalizando - de que tudo que fazemos nas atividades diárias depende do exercício da leitura, para decodificarmos códigos, sinais e mensagens por meio de diferentes linguagens, a Língua Portuguesa (Redação, linguagem, códigos e tecnologias) merece especial atenção de quem está se preparando para o Enem.
Quando mencionamos a prova de Língua Portuguesa, estamos de forma direta nos referindo à linguagem tida no seu sentido literal. Dessa forma, tal disciplina nos proporciona uma base elementar para que o bom desempenho funcione como palavra de ordem nesse processo avaliativo que é o Enem.


Tal afirmativa remete a um relevante aspecto – a interpretação, que não significa apenas decifrar símbolos; mas que exige que você, na qualidade de leitor, inteire-se do discurso e, sobretudo, que a leitura faça sentido mediante a interlocução. Prova disso é que, muitas vezes, o próprio enunciado já traz todos os elementos para que a resposta exata seja encontrada de forma fácil e precisa. No entanto, pelo fato de não ter havido uma boa interpretação, muitas vezes o resultado não é o que se esperava.

Outro fator que também deve ser levado em conta é que a interpretação não se limita a textos, uma vez que faz parte das propostas do Enem a capacidade de o aluno saber interpretar gráficos, imagens, mapas e tabelas, e saber extrair desses os dados necessários para responder a questão que lhe é solicitada. Nesse sentido, faz-se necessário ler o material oferecido atentamente para se situar no assunto. Outra dica importante é levar em consideração datas e legendas, de modo a extrair o máximo de informações possíveis. Em suma, quanto mais familiaridade o aluno tiver com a leitura, mais capacidade ele terá de realizar uma interpretação de modo plausível, o que incidirá de forma direta no seu bom desempenho frente ao processo seletivo.

Partindo de tais pressupostos, podemos dizer que fazem parte dos requisitos preconizados pelo Enem as chamadas competências definidas por cada área do conhecimento. Em se tratando da área relacionada a Linguagens, Códigos e Tecnologias, espera-se que o aluno esteja apto a:
- Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
- Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
- Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.- Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional.- Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.- Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.- Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.- Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público-alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.- Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.- Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.- Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.- Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.- Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.



            Enfim, o ideal é encarar o Enem como um passaporte para boas oportunidades e investir no preparo do aluno para transformar desafios em sucesso. Boa sorte!


Sueli Alves dos Santos é formada em Pedagogia e Administração Escolar pela Universidade Braz Cubas. Possui formação em Pré-Escola, Capacitação na Escola do Futuro da Universidade de São Paulo e em Tecnologia na Educação. Capacitação na Metodologia Montessori, membro do PEA UNESCO de São Paulo. É fundadora da Suporte Pedagógico e atua como coordenadora e professora com experiência em lidar com crianças com dislexia e Transtorno do Déficit de Atenção (TDA).



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